Cepas e estirpes de probióticos: a importância da nomenclatura completa na prescrição

 
 
 

Probióticos podem trazer uma série de efeitos benéficos ao organismo humano. Sua eficácia, no entanto, depende do conhecimento das funcionalidades específicas de cada cepa.

 

Para fazer uma prescrição adequada é preciso conhecer a nomenclatura completa e correta  dos microrganismos, identificando não apenas gênero e espécie do probiótico, mas também sua estirpe ou linhagem.

 

A seguir elencamos as principais particularidades referentes à nomenclatura completa dos probióticos, visando sua correta prescrição.

 

O que é probiótico?

De acordo com a definição da Organização Mundial da Saúde, os probióticos são microrganismos vivos que, quando consumidos em quantidades adequadas, conferem um benefício à saúde do ser humano.

 

O que é cepa probiótica?

Uma cepa probiótica é catalogada pelo gênero, espécie e uma identificação alfanumérica, conhecida como estirpe ou linhagem.

 

No caso do Lactobacillus plantarum LMG P-21021, por exemplo, Lactobacillus é o gênero, plantarum é a espécie e  LMG P-21021 é a estirpe.

 

O que é estirpe?

A estirpe é a identificação específica de cada cepa, acordada pela comunidade científica, para identificar cada linhagem diferente dos microorganismos.

É normalmente composta por um código alfanumérico e diz respeito à identidade de cada espécie. No exemplo anterior seria o código  LMG P-21021.

 

 


A importância da nomenclatura completa do probiótico

 

Apesar do nome científico correto de uma cepa ser a associação do gênero com a espécie e a estirpe, nem sempre a nomenclatura é apresentada de forma completa. É comum que os nomes dos probióticos sejam listados, tanto em rótulos de produtos como nas prescrições, apenas pelo gênero e espécie.

 

Isso é um problema, já que os efeitos probióticos são específicos da estirpe. É preciso conhecer a estirpe do probiótico para saber a funcionalidade e a eficácia de cada cepa.

 

Vamos a um exemplo. O Lactobacillus rhamnosus DSM 16605 é uma cepa que apresenta uma série de benefícios relacionados à prevenção de diarreia associada a antibióticos, tratamento da  E. coli e promoção da função da barreira intestinal. Já o Lactobacillus rhamnosus DSM 19739 atua no reforço das defesas naturais, redução do desconforto intestinal e reequilíbrio da microbiota intestinal.

 

Ou seja, se o probiótico for prescrito ou administrado apenas como “Lactobacillus rhamnosus”, sem a identificação da estirpe, não é possível saber se ele terá efeito imunomodulador ou se vai atuar na redução do desconforto gastrointestinal. Afinal, essas funcionalidades são específicas de cada estirpe.

 

Prescrição e formulação de probióticos

 

Além da nomenclatura completa, um probiótico sempre deve ser prescrito baseado em evidências científicas, tanto para a funcionalidade a qual será administrado, como para a posologia e o tempo de tratamento. A prescrição adequada compreende um conjunto de ações que vai desde o modo como o probiótico é prescrito até a maneira como a formulação é preparada. 

 

Existem inúmeras particularidades no momento da formulação de probióticos. Não estamos falando simplesmente de uma matéria-prima, e sim, de microrganismos vivos, os quais comportam-se de forma muito diferente de uma formulação de vitaminas, por exemplo.

 

A identificação correta da estirpe ajuda na decisão sobre o suplemento probiótico mais adequado para o paciente, levando sempre em consideração os estudos clínicos realizados. Além disso, os hábitos de vida do indivíduo, o peso e o gênero também são pontos importantes que devem analisados na hora de prescrever um probiótico.

 

Para o sucesso da formulação e o êxito no tratamento, a prescrição deve ter embasamento científico e as estirpes prescritas devem ser respeitadas no momento da manipulação.

 
 
Anterior
Anterior

Novembro azul: como a microbiota intestinal influencia o tratamento do câncer de próstata

Próximo
Próximo

10 usos dos probióticos na saúde humana